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Distúrbios do Sono

Que horário é recomendado ir para a cama?

Muita gente pergunta qual é o horário ideal para irmos dormir. E a resposta respeita nossa individualidade: depende.

 

Assim como nós temos uma necessidade individual de horas de sono, temos também diferenças quanto ao horário preferido para deitar e acordar (quando não somos obrigados a mudar devido aos compromissos). De acordo com Horne e Ostberg (1976), no que diz respeito à preferência pelos horários de vigília e de sono, a população humana pode ser dividida em três tipos básicos: os matutinos, os vespertinos e os indiferentes (Tufik, 2008).

                         Os  MATUTINOS (10 a 12% da população) são                                aquelas pessoas que acordam com uma energia invejável. Despertam muitas vezes antes do despertador tocar, cheios de energia para começar o dia e se sentem bem desempenhando suas atividades logo cedo. Da mesma forma, também preferem dormir cedo (o sono mais prazeroso é no início da noite), e têm mais dificuldade de permanecerem acordados tarde da noite quando compromissos sociais assim exigem. Já ouvi de uma matutina o quanto se incomodava quando ia ao teatro e dormia, do tanto que apresentava grande pressão de sono à noite.

                         Já os VESPERTINOS (8 a 10% da população), são                           o  oposto  dos  matutinos.  Não  funcionam  bem pela manhã, alguns até acordam mal-humorados, mas com o decorrer do dia, passam a ganhar mais energia, e funcionam melhor à tarde e à noite. Seus horários preferidos para ir deitar e acordar são mais tarde do que a maioria das pessoas. O melhor sono do vespertino é, sem dúvida, aquele do início da manhã, o que faz do seu despertador um terrível carrasco.

Os INDIFERENTES não têm horários preferenciais para dormir ou acordar, e geralmente dormem e acordam em horários intermediários em relação aos extremos matutinos e vespertinos.

Pesquisas demonstram que essa divisão em nossa população quanto aos horários preferenciais para dormir e acordar tem influência genética.

 

Mas qual é a importância de sabermos dessa divisão? Dentro do possível, seria interessante que tentássemos conciliar nossa rotina e compromissos de trabalho, de escola, etc., respeitando nosso relógio biológico. Ou seja, o ideal seria que um matutino se organizasse para que as tarefas que exijam mais disposição e atenção sejam feitas logo nos primeiros horários da manhã, aumentando, assim, a sua produtividade.

Se somos matutinos e precisamos trabalhar durante a noite num plantão, provavelmente teremos mais dificuldade em permanecer acordados no começo da madrugada. Já se somos vespertinos, obrigar o corpo a acordar muito cedo pode não ser muito proveitoso. Ao entendermos essas diferenças, podemos, por exemplo, escolher melhor qual hora nos dedicamos para o estudo de uma prova: se acordamos mais cedo para revisar a matéria ou se esticamos o estudo um pouco à noite.  

 

Quando a pessoa consegue ajustar de forma adequada seu relógio interno e sua rotina de afazeres, ela tende a ter o sono mais próximo do ideal e uma vida mais leve e equilibrada. Por outro lado, quando isso não é possível, podem surgir problemas, tanto com queixas de insônia, como de sonolência diurna excessiva.

Fontes:

American Academy of Sleep Medicine. International Classification of Sleep Disorders, 3rd ed.

Darien, IL: American Academy of Sleep Medicine, 2014.

Tufik, Sergio. Medicina e biologia do sono / Sergio Tufik. – Barueri, SP: Manole, 2008.

Archer SN, Carpen JD, Gibson M, et al. Polymorphism in the PER3 promoter

associates with diurnal preference and delayed sleep phase disorder. Sleep, 2010; 33:695-701.

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